Quando um simples toque se
transforma na mais poderosa corrente elétrica, quando não há pudores, quando cada
dia vivido juntos se torna um agradável aprendizado, quando o cheiro da pele do
outro se torna o melhor perfume já experimentado pelo seu olfato, quando o
momento de sentir um abraço apertado se torna a parte mais esperada do dia,
quando toda a sua admiração e orgulho pelo outro ultrapassam as barreiras do concebível,
quando um olhar paralisa sua respiração, quando a vontade de estar perto é
incontrolável, quando uma marquinha no rosto do outro se torna a coisa mais
graciosa já vista, quando uma sequência de beijos te faz gargalhar de
felicidade, quando o outro faz com que você se sinta o ser humano mais especial
e amado do universo, quando você tem a plena convicção de que nada no mundo
poderá separá-los, então, viva o resto dos seus dias para fazer essa pessoa
feliz, pois você finalmente terá encontrado o seu amor de cinema, a sua alma
gêmea, o seu par perfeito. Eu encontrei.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
SR+
Uma vida controlada pelo Princípio
de Premack: acordar cedo para trabalhar x te encontrar após o expediente; ir à
faculdade x te esperar após as aulas; produzir artigos científicos x ter a sua
admiração; fazer relatórios x dormir ao seu lado. Se não houvesse você como
estímulo reforçador – o de mais alta magnitude, aliás – a vida com certeza
seria apática, insustentável. Se o amor é um comportamento aprendido, selecionado
por suas consequências, estou certa de que as consequências do nosso não
poderiam ser mais positivamente reforçadoras. Só você sabe manipular
contingências com maestria para provocar em mim a maior felicidade que alguém
pode ser capaz de sentir. A propósito, você é minha contingência matricial. Meu
reforço generalizado, minha fonte de dopamina, meu produtor de respostas
galvânicas.
Você é tudo o que a ciência admite existir, mas ainda me
deixa incrédula - tamanha a sua perfeição.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Sua imensidão, meu mar
Marinheira
de primeira viagem, eu mal havia aprendido a acertar os nós da vida até você
chegar. Vivia enfrentando tempestades, águas turvas e navios piratas, sem
sucesso. E, se dizem que mar calmo nunca fez bom marinheiro, cá estou pra
provar o contrário, pois você é o mar sereno no qual eu sempre quis navegar. Esperei,
sem cessar, por esse remanço, por essa bonança, que me fariam enxergar as águas
límpidas e cristalinas da ventura.
Enfim,
você chegou. Imenso, imerso, intenso.
E
inundou meu coração.
sábado, 18 de julho de 2015
Tato
Impressiona-me
o poder do seu toque. A forma como minha pele responde ao contato dos seus
dedos propicia uma certeza de que não existe melhor sensação a ser
experimentada. Sentir-te dentro de mim é mágico e o que produz, ao certo, é
inominável, mas se assemelha a um misto de plenitude e prazer irrefreável, que envolve
fascínio, harmonia, placidez e amor. Sua pele me transporta para os lugares
mais longínquos, seu amor me abastece, sua presença me liberta. E, embora seu
toque seja responsável pelo meu nirvana, tenho a convicção de que nosso sentimento
é metafísico, vai além.
Nosso
amor tem bossa, tem urgência, virtude e calmaria. Nosso amor salva almas. E pensar
que eu, tola que era, nem acreditava mais na possibilidade do amor como pedra
angular do universo. Obrigada por me tirar do limbo e me trazer para a
felicidade.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Novo dia
Hoje acordei perceptiva. Percebi que
os pássaros cantam com mais beleza quando penso em você, que as cores são mais
vivas e as flores são mais belas se o seu sorriso está presente. Acordei com vontade
de comprar uma casa financiada e de dividir as contas do mês com você. De
construir uma vida ao seu lado – três filhos biológicos, um adotivo, dois
cachorros, um sagui, talvez um gato – todos muito bem condicionados por nós
dois. Acordei com vontade de comprar um carro automático e sair por aí
dirigindo com você ao meu lado, enquanto ouço você me dizer: “Você fica tão
sexy dirigindo”. Assim que abri os olhos pensei em organizar uma nova playlist,
só pra ver a sua cara de espanto ao ouvir minhas músicas preferidas e
reconhecer que meu gosto musical é foda. Acordei lembrando de como você
impressiona na guitarra (cara, você é o melhor) e dos solos que deixariam John
Petrucci com uma certa pulga atrás da orelha. Acordei e percebi que hoje sou
mais clichê do que nunca, simplesmente porque ao abrir os olhos, me dei conta:
eu te amo.
terça-feira, 16 de junho de 2015
Ψ
Um quarto, uma cama de casal, algumas
roupas pelo chão. Ao fundo, a voz de Mick Jagger ecoando com “wild, wild horses
couldn’t drag me away”. Ela, de calcinha, meias e uma camiseta preta estampada
com um de seus rostos preferidos. Estava sentada no colo dele, pernas enlaçadas
ao redor de sua cintura, olhos fixos nos olhos dele – os olhos mais belos e
expressivos que ela havia visto em quase três décadas de existência. Naquele
momento ele a contemplava, dizendo tanto sem proferir quaisquer palavras. Ela,
hipnotizada pela pinta no canto direito do lábio superior daquele rapaz,
repetia mentalmente “you know I can’t let you slide through my hands”. A
dimensão das sensações de cada um deles era inefável e eles permitiam-se sentir,
cada vez menos controlados por convenções. A noite era deles, afinal. A noite e
a vida toda.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Tapa a domicílio
Ding
Dong.
-
Pois não?
-
Boa tarde. Você é a Mariana “Dangélo”?
-
É “Dângelo”. Sim, sou eu.
-
Então toma isso, sua vagabuda!
TAP!
-
(???)
-
Só vim aqui pra isso. Até logo!
*Baseado
em fatos reais.
sábado, 3 de maio de 2014
O meu problema
O problema em escrever é que a gente, uma hora ou outra, acaba se expondo além do limite.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Do inconsciente
Ela tinha uma orca de estimação. A orca se chamava
Orca, para fazer jus à sua extrema falta de originalidade. Pois bem, Orca vivia
em uma piscina e nadava em movimentos quadrangulares enquanto era alimentada
por sua dona.
Em um fim de tarde, a dona disse:
- Vem, Orca!
E a Orca saltou para fora da piscina.
Nesse momento, o que parecia sonho virou pesadelo. A
Orca foi até as ruas, invadiu o comércio e começou a devorar todos à sua volta.
A dona pedia para que ela parasse, mas a Orca não lhe dava atenção.
- Escondam-se dentro das lojas! – berrava a dona.
- Precisamos deter esse bicho! Temos que matá-lo! –
diziam as pessoas, aterrorizadas.
Mas sua ligação com a orca de estimação era tão forte
que ela não podia conceber a ideia de permitir que alguém a matasse, ainda que
o animal representasse um perigo iminente a toda a sociedade. Assim, resolveu,
por sua conta e risco, tentar conduzir Orca de volta à piscina.
O problema não foi conseguir restituir o animal à
piscina, e sim, mantê-lo lá. Isso porque a Orca, que já tinha conhecido o mundo
do lado de fora d’água, tinha achado muito mais interessante devorar passantes
do que continuar em seu nado quadrangular. Quando começava a se sentir
entediada, portanto, a Orca dava um pulinho e sua sorte mudava.
Inconformada com a situação, a dona construiu um muro
imenso ao redor da piscina: Orca nunca mais entraria em contato com o mundo
externo. Mas a orca, que, além de louca de esperta, não queria ficar confinada
à sua piscina quadrangular, deu um golpe de mestre: devorou o muro. E, não
satisfeita, comeu também sua dona.
O mundo era seu, enfim.
Nota: essa história não é uma simples piração. Ela retrata um sonho que tive há alguns dias e os símbolos contidos na história possuem seus devidos significados em um dado contexto.
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