terça-feira, 13 de maio de 2014

Tapa a domicílio

Ding Dong.

- Pois não?
- Boa tarde. Você é a Mariana “Dangélo”?
- É “Dângelo”. Sim, sou eu.
- Então toma isso, sua vagabuda!

TAP!

- (???)
- Só vim aqui pra isso. Até logo!




*Baseado em fatos reais.

sábado, 3 de maio de 2014

O meu problema

O problema em escrever é que a gente, uma hora ou outra, acaba se expondo além do limite.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Do inconsciente

Ela tinha uma orca de estimação. A orca se chamava Orca, para fazer jus à sua extrema falta de originalidade. Pois bem, Orca vivia em uma piscina e nadava em movimentos quadrangulares enquanto era alimentada por sua dona.
Em um fim de tarde, a dona disse:

- Vem, Orca!

E a Orca saltou para fora da piscina.
Nesse momento, o que parecia sonho virou pesadelo. A Orca foi até as ruas, invadiu o comércio e começou a devorar todos à sua volta. A dona pedia para que ela parasse, mas a Orca não lhe dava atenção.

- Escondam-se dentro das lojas! – berrava a dona.

- Precisamos deter esse bicho! Temos que matá-lo! – diziam as pessoas, aterrorizadas.

Mas sua ligação com a orca de estimação era tão forte que ela não podia conceber a ideia de permitir que alguém a matasse, ainda que o animal representasse um perigo iminente a toda a sociedade. Assim, resolveu, por sua conta e risco, tentar conduzir Orca de volta à piscina.
O problema não foi conseguir restituir o animal à piscina, e sim, mantê-lo lá. Isso porque a Orca, que já tinha conhecido o mundo do lado de fora d’água, tinha achado muito mais interessante devorar passantes do que continuar em seu nado quadrangular. Quando começava a se sentir entediada, portanto, a Orca dava um pulinho e sua sorte mudava.
Inconformada com a situação, a dona construiu um muro imenso ao redor da piscina: Orca nunca mais entraria em contato com o mundo externo. Mas a orca, que, além de louca de esperta, não queria ficar confinada à sua piscina quadrangular, deu um golpe de mestre: devorou o muro. E, não satisfeita, comeu também sua dona.
O mundo era seu, enfim.


Nota: essa história não é uma simples piração. Ela retrata um sonho que tive há alguns dias e os símbolos contidos na história possuem seus devidos significados em um dado contexto.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sanatório

Ela foi chamada com um aviso de que o Sr. Walide havia defecado em suas próprias calças. Quando isso acontecia, as roupas eram imediatamente descartadas e os excrementos, separados em um saco plástico para serem eliminados. O Sr. Walide, no entanto, pensava em suas fezes como um prêmio, que deveria ser sorteado às quartas-feiras, junto com os pães. “Quem quer ganhar minha merda? Podem comer bastante, fica uma delícia com pão!”, ele bradava.


Ela pensava que aquele trabalho era difícil, mas muitos pacientes conseguiam colaborar. No entanto, havia casos excepcionais, como o de Sr. Walide...