Um quarto, uma cama de casal, algumas
roupas pelo chão. Ao fundo, a voz de Mick Jagger ecoando com “wild, wild horses
couldn’t drag me away”. Ela, de calcinha, meias e uma camiseta preta estampada
com um de seus rostos preferidos. Estava sentada no colo dele, pernas enlaçadas
ao redor de sua cintura, olhos fixos nos olhos dele – os olhos mais belos e
expressivos que ela havia visto em quase três décadas de existência. Naquele
momento ele a contemplava, dizendo tanto sem proferir quaisquer palavras. Ela,
hipnotizada pela pinta no canto direito do lábio superior daquele rapaz,
repetia mentalmente “you know I can’t let you slide through my hands”. A
dimensão das sensações de cada um deles era inefável e eles permitiam-se sentir,
cada vez menos controlados por convenções. A noite era deles, afinal. A noite e
a vida toda.
terça-feira, 16 de junho de 2015
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