terça-feira, 27 de maio de 2008

Polly

- Tchau, Polly. Dá tchau pra mamãe.

Ela encosta o focinho molhado no vidro do carro e me olha com aquela expressão curiosa, como se indagasse “Pra onde você está indo, mamãe? Eu quero ir também!”.
Eu, já do lado de fora do carro, dou um último aceno para as duas e vou para o escritório.
E no momento em que o carro dobra a esquina, eu ainda consigo ver minha pequenina no banco de trás, com uma das patinhas apoiada no vidro, também acenando para mim.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Meu mundo

Quiçá minha alma possua, ainda que frustrado, um quê de poesia.
Os melhores poetas tiveram inerentes às suas personalidades excêntricas, razoáveis doses de melancolia, nostalgia e tristeza. Vide, respectivamente, Mário Quintana, Clarice Lispector e Augusto dos Anjos, dentre outros.

Identifico-me com as citadas peculiaridades de cada um, embora seja impossível fazer qualquer comparação com a genialidade de mestres tão notáveis.
Enfim, o fato é que algo em comum cinge-nos, porquanto também me isolo em minha solidão e me encontro quando escrevo. Me encontro em minhas bobagens alucinadas, em meus sentimentos dispersos, em minhas angústias, em minha cólera impetuosa e em qualquer verso solto que me aflora à mente.

Fabrico versos, frases e rimas a meu bel-prazer. São minha válvula de escape, meu refúgio.
E é assim que me escondo do mundo: atrás de minhas linhas.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Medo do inseguro?

Por quê determinadas pessoas estão fadadas a conviver para sempre com suas inseguranças?

Por quê é tão difícil nos livrarmos delas?

Por quê alguém não conseguiria manter a própria autoconfiança, mesmo após 14 anos de terapia, boas notas no colégio/universidade durante toda a vida escolar, pretendentes a rodo e até o título de ‘garota mais bonita do colégio’ [tudo bem, isso foi aos 14 anos] no currículo?

Perguntas para as quais não se vislumbram respostas?

Talvez. Pelo menos para mim.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Indecisão.

Nesse momento abro mão do meu livre arbítrio.
Estou doando-o a quem possa interessar.

Aliás, a quem possa interessar não. A quem possa decidir por mim o que me é mais vantajoso, o que me é mais benéfico.
Já que eu mesma, sozinha, não consigo descobrir...

terça-feira, 13 de maio de 2008

A saga do pão de queijo

Fazer faculdade de manhã acaba nos dando a oportunidade de presenciar algumas coisas engraçadas...
Apesar da cantina da facul ser bem meia boca, lá eles fazem um pão de queijo delicioso [e cara... eu amo pão de queijo]. Durante esse tempo frio a procura pelos supracitados pãezinhos cresce desesperadamente, e a cena de vários mortais se estapeando na fila para garantir o seu torna-se uma constante toda manhã.

Pois bem. Eis que hoje sai Aline de sua aula de Direito Civil, mortíssima de fome, sonhando com um pão de queijo imaginário a esperá-la. Ao chegar na cantina com sua colega de sala [que também estava doida atrás de um pão de queijo], verifica que os fofinhos já haviam sido totalmente devorados pelos pobres universitários famintos.

Enquanto Aline demonstra toda a sua indignação para a tia da cantina, um rapaz irritado berra ao seu lado: “P*** que pariu, já acabou o pão de queijo??”.
Em meio a tal clima conturbado, a esperta garota tem uma idéia brilhante. Plim.
Propõe à sua colega: “Cá, vamos no café da esquina buscar pão de queijo?”, ao que obtém prontamente como resposta “Obaaa, vamos!”.

E lá se vão as duas.

Lá chegando, dois saquinhos com porções apetitosas de pães de queijo as esperavam. Os dois últimos saquinhos, que elas compraram sem pestanejar.

Ao pegarem os preciosos pães de queijo, surge um moço desesperado no café, que indaga à garçonete: “Já acabou o pão de queijo??”. Ao ouvir a resposta, sua expressão se transfigura em desapontamento e ele sai.

Aline, a universitária sortuda munida de seu pão de queijo, compra ainda um brigadeiro para comer ‘a posteriori’ e enquanto sai do café ouve uma moça da sua sala pedir à garçonete: “Me vê um pão de queijo?”. A resposta? “Acabou”.

Então ela pensa consigo mesma: “Hihi, se f****. O pão de queijo agora é meu!”.

Enfim... quem ganhou a batalha do pão de queijo? Quem? Quem?
A graaande Aline. :]
Viva.
o/

Amnesiando

Preciso ter uma amnésia, urgente.

Eu poderia até me utilizar do álcool ou qualquer outra droga lícita para fazer isso, mas penso que o máximo que conseguiria seria uma ressaca tenebrosa no dia seguinte.
Sim, tanto uma ressaca física quanto uma ressaca moral.

Mas então, o que fazer nesses casos?
Bater a cabeça na parede até perder a memória? Me isolar do convívio social? Viajar para bem longe e só voltar no ano que vem?

Bem, estou aberta a sugestões.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

crsibon

Pra variar, acabei me viciando em mais uma coisa sem noção: as tirinhas do Cersibon.
Pra quem não conhece, são tirinhas de humor nonsense engraçadíssimas.
Mas só acha engraçado quem sabe interpretar, lógico.

Até fiz uma, baseada num fato real ocorrido comigo...
Hohoho.

Ps: As tirinhas são escritas em tiopês [o Tiopês é uma nova forma de linguagem utilizada por diversas pessoas para se comunicar na internet de modo sarcástico. Com um jeito engraçado e "incorreto", o tiopês é muito usado no mundo virtual. A intenção do tiopês é, normalmente, simular um indivíduo com completa falta de bom senso, cultura digital, e de língua portuguesa, dando um tom de comicidade à fala do autor].




*Tirinha de minha autoria. Hohoho.

Bum.

Ando sem inspiração.
E esse texto fala por mim. Ah, ele fala...


DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA
.
6:00h da manhã...
O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede... Estou tão cansada, não queria ter que trabalhar hoje. Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando até... Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Se eu tivesse tempo... gostaria de fazer alongamento... Brigadeiro... Tudo menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.

Gostaria de saber quem foi a m e n t e c a p t a, a infeliz matriz das feministas que teve a brilhante idéia de reivindicar os direitos da mulher. Queria saber PORQUE ela fez isso conosco, já que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós: elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros da biblioteca dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, freqüentando saraus, enfim... a vida se resumia a um grande curso de artesanato, culinária e medicina alternativa.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã e tampouco de espartilho e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "a conquista do nosso espaço. "QUE ESPAÇO, MINHA FILHA???” Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés! Detinha o domínio completo sobre os homens. Eles dependiam de você para comer, para se vestir, pra tudo! Que raio de direitos?! Pediu?! Agora eles estão aí, homens confusos, que não sabem mais que papel desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda!

Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei (e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei). POR QUE??? Me digam por que um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com a machaiada? Olha o tamanho do bíceps deles e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, me maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir e que sapatos combinar, que acessórios usar... estou tão cansada de ter que disfarçar meu humor, de sair sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus! E como se não bastasse, ainda ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas. Sem falar no currículo impecável, recheado de certificações, especializações, mestrados, doutorados... Ahhhh!!!

Viramos super mulheres e grande parte continua ganhando menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? Pra mim... CHEGA!... Eu quero alguém que PAGUE AS MINHAS CONTAS! Abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela...
Ai meu Deus, olha aí, já são 7:30.
E eu preciso levantar...
.
(Autora: uma Executiva P... da Vida)
Ps: fiz algumas alterações.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Mulher II

É duro ser mulher.
Só mulher tem tpm, vai ao ginecologista e tem cólicas menstruais.
Só mulher engravida.
Só mulher precisa sofrer na depilação.
Só mulher anda de salto alto, mesmo com dor no pé, para ficar mais bonita.
Só mulher morre de aperto ao não encontrar um banheiro por não poder fazer xixi de pé [enquanto os homens vão para qualquer moitinha].
Só a mulher espera uma ligação no dia seguinte.
Só a mulher sonha com a pessoa ideal.
Só a mulher...

A vantagem de ser mulher?
Poder comprar um vestido de R$ 120,00 por R$ 30,00 numa liquidação de inverno. Sim, um vestido chiquérrimo, do seu número e que cai maravilhosamente bem no seu corpo.
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Ah, o que seria da mulher se não pudesse contar ao menos com os maravilhosos estratagemas do mundo feminino?