quinta-feira, 31 de julho de 2008

Questões que não levam ninguém a lugar nenhum

Por quê precisamos necessariamente ter um inconsciente?
As coisas não seriam bem mais simples se fizéssemos tudo conscientemente, do tipo “quero fazer algo da maneira ‘x’ e vou fazer assim porque eu [leia-se ‘meu consciente’] quero”, sem que obscuridades intelectuais ficassem atrapalhando tudo?
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Nota Mental: Não, eu não gosto de inconscientes.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Indefinido

São 04h30 e estou acordada. Minha previsão é de que esta será mais uma terça-feira tediosa, como tantas outras que já vivi. Uma sensação diferente me acomete: não estou feliz, tampouco triste; não me percebo bem ou mal.

Creio que me sinto como se retornasse aos nove anos de idade, com meus primeiros poemas e minhas angústias solitárias. E tenho consciência de que é estranho esse tipo de pensamento, já que o normal é relacionar infância à felicidade.
A minha infância foi solitária. Não que ela fosse desprovida de momentos felizes, pelo contrário. Me lembro de vários deles e, curiosamente, todos eram laranja.

Já até escrevi sobre isso noutra ocasião: o sol com seus raios laranjas que batiam na terra laranja do quintal da casa da minha avó, o pôr-do-sol laranja no céu laranja, que combinava com as minhas roupas laranjas e com as laranjas que eu via debaixo dos toldos laranjas da feira aos domingos... enfim, meus-momentos-felizes-cor-de-laranja.

Acontece que, não obstante a existência de tais momentos, a solidão continuava sendo-me contumaz.
Ela me perseguia, e me dominava especialmente nas frias noites de inverno, trazendo inquietude e por conseqüência, a insônia.

Até hoje é assim.
E só Deus sabe por quanto tempo ainda será.
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Ps: Por enquanto, a série Caio Fernando Abreu acaba por aí. Só por enquanto.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tributo a Caio III

Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como está. Feche as portas, não pague as contas nem conte a ninguém. Nada mais importa, agora você me tem, e agora eu tenho você. O resto? Ah, o resto são os restos e não importam.
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[Anotações sobre um amor urbano]
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Estou demorando para postar e para responder os comentários porque estou viajando. Assim que eu voltar, tudo retorna aos conformes.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tributo a Caio II

- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?

- Eu.


[Quando Saturno encontrou Júpiter]

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Tributo a Caio

Hoje começo uma série de posts em homenagem a Caio Fernando Abreu.
Apenas trechos.


tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista, elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.


[Os Sobreviventes]

terça-feira, 8 de julho de 2008

Divagações

O que eu sei sobre mim?

Que tenho coisas em comum com Mário Quintana: gosto de escrever meus versos no papel e não numa máquina.
Que tenho algo em comum com Cecília Meireles: por vezes escrevo sobre a natureza e seus elementos.
Tenho também algo em comum com Clarice Lispector, porquanto escrevo muito sobre os sentimentos e sobre o que se passa em meu íntimo.

No fim, sei que adoro todos os poetas. Apenas pelo fato de o serem.



Frase do dia: "Onde é que dói na minha vida para que eu me sinta tão mal?" [ Cecília Meireles ]
* Ironicamente, essa frase de Meireles não fala nada sobre natureza ou afins. Hohoho.