quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pode ser

A insônia me persegue nessas noites quentes de dezembro. Meus horários se desregulam e mesmo que eu precise acordar cedo, não consigo dormir antes das 4 da manhã. Minha melhor companhia foi se deitar há pelo menos uma hora, não há sequer um camarada virtual acordado nesse momento. Já chequei meus e-mails, Twitter, Facebook, MSN, talvez até veja o Orkut ou outra rede social abandonada. Qualquer coisa que combata esse ócio. Quem sabe algo desperta minha atenção? Pode ser uma lembrança de um reencontro inesperado, uma música, um vídeo, um sorriso aberto adornado com covinhas... é, pode ser! Espero que ninguém conte com a minha produtividade no trabalho amanhã.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Incredulidade

Você pode até dizer que só escrevo porque estou bêbada. Pode dizer que é só porque hoje conheci outro leonino. Pode dizer que estou com raiva, magoada, ferida, com dor de cotovelo. Mesmo que queiram, você sabe que não sou de ninguém. Não ainda. Nem digo que isso seja por sua causa, afinal, você não merece. Mas é que você me machucou tanto, tanto... que sequer consigo pensar em me entregar a alguém. Meu pior dia foi, com certeza, ao seu lado. Ainda que me roubem um beijo, ainda que me roubem um tempo ou outra coisa qualquer, digamos que você me roubou o mais importante: a esperança. E é assim que vai ser. Ainda não sei por quanto tempo, mas ainda que me roubem qualquer coisa, por enquanto é impossível acreditar em qualquer promessa. Que me julguem incrédula - essa culpa é sua, infeliz!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Memórias

Toda vez que ouço “Head over Heels” do Tears for Fears, me vem à cabeça uma noite de verão da minha infância. As luzes de casa estavam apagadas e as da cidade, acesas. No céu, muitas estrelas. Eu admirava esse quadro, ouvindo bem longe, ao fundo “I wanted to be with you alone and talk about the weather...”.

Era como estar em outra dimensão.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Autoconfiança

Ter ciúme de uma mulher bonita é ter ciúme de algo que, apesar de atraente, à primeira vista é superficial. Ter ciúme de uma mulher feia é ter ciúme de tudo aquilo que ela pode oferecer além de sua aparência.
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O homem que não é superficial pode se encantar tanto pelas bonitas quanto pelas feias. Pelas bonitas porque elas podem ter algo além da beleza; pelas feias, porque elas com certeza o tem - já que ninguém é totalmente desprovido de qualidades. Se não há beleza, certamente há outros atruibutos. Nesse caso, qualquer mulher se torna uma ameaça.
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Se ele se relacionou com uma mulher feia, no mínimo ela era inteligente, divertida, tinha bom papo ou cozinhava bem. Se o relacionamento foi com uma mulher bonita, é autoexplicativo: é porque ela era bonita - ou pior, além de bonita, era inteligente, divertida, tinha bom papo ou cozinhava bem. Em ambos os casos, a imaginação de uma mulher insegura faz com que ela creia que todas as outras são melhores do que ela. E aí surge uma guerra interna.
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O que essas mulheres precisam entender é que, embora existam muitas outras no mundo - possivelmente mais interessantes e/ou atraentes - nenhuma será igual à ela. Cada uma é amada por ser aquilo que é, por sua essência, por seu conjunto. Não importa se outras tem mais qualidades ou se tem qualidades que ela não tem, apenas ela terá o conjunto de características que a fazem ser quem é; e será esse conjunto que fará com que um homem se apaixone ou não por ela.
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Ninguém precisa e nem deve se deixar dominar pelo ciúme. O que as pessoas precisam é de uma dose extra de autoconfiança.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tendência

“Cada um é responsável pelos atos que pratica”: parece uma premissa básica, mas nem sempre é possível dar-se conta de sua profundidade. Digo isso porque, quando se idealiza muito algo ou alguém, aquilo parece, a princípio, inatingível e ainda que uma vez corrompido, jamais será por própria culpa. O que quero dizer é que o objeto da idealização sempre caminha no sentido correto e, se não o faz, é claramente por culpa de outrem. Ao transferir a responsabilidade do vício à outra pessoa, mantém-se intacta a imagem da perfeição que se tinha em mente, e assim, não faz-se necessário entrar em contato com a dolorosa realidade imposta adiante.

Sim, somos tendenciosos...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ele sabe

Um homem íntegro, mesmo que num harém, agirá com retidão. Um cafajeste, ainda que numa igreja, armará pretextos para olhar ao redor.

Apenas uma frase que ouço constantemente.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aniversário

Mal posso acreditar que sobrevivi até os 24 anos.

Após tantas turbulências, guerras internas, desencontros, desilusões, corações partidos, amizades perdidas, sorrisos desfeitos, cá estou a vos escrever. Não me sinto como antes e rio a cada vez que me dizem que “alcancei a idade de mulher mantendo o jeito de menina”. Não me sinto assim. Não me percebo de tal maneira quando fixo meus olhos no espelho, tampouco quando volto os olhos à minha alma. É que, apesar da idade, ainda não me sinto uma mulher, porque sei que para isso ainda me resta um caminho considerável a percorrer, bem como não me sinto menina, porque compreendo que meu jeito e minhas prioridades são outras agora. Sou quase um meio termo.

Sinto-me mais forte agora, por mais que ainda haja momentos de angústia. Sempre haverá. Mas descobri que posso estar acima deles – e só eu sei o quão difícil foi essa descoberta, o quão tortuoso foi o percurso.

A vida é uma coisa maluca. Não há coisa mais sofrida e, ainda assim, o desejo constante de todos é poder viver o máximo possível. O propósito de tudo é, sim, o aprendizado. Sou até grata à vida por ter me feito sofrer em alguns momentos, para que eu pudesse adquirir todo o aprendizado necessário à minha atual formação.

Não termina aqui, sempre terá mais sofrimento a ser enfrentado durante a caminhada, mas o mais importante é o quanto esse sofrimento pode ensinar alguém a ser melhor. Aí sim, virá a bonança. Aí sim será possível aproveitar todos os benefícios que a maturidade pode proporcionar.

Que esse próximo ano de vida possa me brindar com alegrias, tantas quantas forem possíveis, com maturidade, sabedoria, equilíbrio e também muita força, para enfrentar as adversidades.

Que Deus me acompanhe.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Falhas genéticas

Não consigo entender nem aceitar o fato de a genética ter-me sido tão ingrata. Vejam só, meus pais eram pessoas queridas, populares, inteligentes, bem apessoadas, bonitas e perspicazes. Claro que também possuíam defeitos, como todos os viventes desse mundo. O problema é que eu herdei justamente a genética defeituosa de ambos os lados. Não consigo entender tamanha injustiça!

Minha mãe, por exemplo. A dentição é correta, exceto um dente encavalado, o segundo pré-molar superior (que mal consegue se ver), bem como alguns dentes inferiores que, embora não sejam encavalados, também não são completamente retos. Foi o que eu herdei. Poderia ter herdado a dentição paterna, muito mais correta que a materna, mas não me foi dado tal benefício.

Meu pai era um sujeito com muitos pêlos pelo corpo, ao passo que minha mãe pouco sofria com depilação, devido à escassez de pêlos. Eu poderia ter saído à minha mãe, mas, obviamente, nasci uma ursa – assim como meu pai.

Minha mãe tem a personalidade tranqüila: é sorridente, ponderada, conciliadora e quando se zanga, só se pode perceber através do olhar. Meu pai tinha personalidade forte, sempre muito inseguro, ciumento, possessivo e extremista. Adivinhem pra quem puxei?

Além de tudo, cabe ressaltar as características zodiacais que, muito embora não estejam diretamente associadas à genética, podem com ela se correlacionar, visto que exprimem a personalidade de ambos (há controvérsias sobre a correlação entre personalidade e genética, mas na dúvida, é um item adicional): minha mãe é geminiana – dual, inconstante e indecisa – e meu pai era canceriano – afetável, extremamente sentimental, de fáceis mágoas e ressentimentos. Agora muito prazer, meu signo solar é Gêmeos e meu ascendente é Câncer.

O avesso da genética, essa sou eu. Só me resta torcer para que minha prole não siga o mesmo caminho.

Anne Frank III

Quase terminando de ler “O Diário de Anne Frank”, percebi o quanto alguns trechos reproduzem ideias importantes. É impressionante como uma garota pôde adquirir, aos 15 anos, mais maturidade e sabedoria do que eu aos meus (amanhã completos) 24. Ou ainda, mais maturidade e sabedoria do que a maioria das pessoas, independente de idade cronológica. Talvez o sofrimento a tenha levado a isso, mas a priori, deve-se questionar: quem é que não sofre?

Sabedoria definitivamente não escolhe idade.

Anne Frank II

Sabe, não consigo meter na cabeça como alguém pode dizer: "Sou fraco" e continuar assim. Afinal, se se reconhece a fraqueza, por que não lutar contra ela, por que não treinar o caráter? Sabe qual foi a resposta? "Porque é muito mais fácil". Fiquei decepcionada. Fácil? Quer dizer que uma vida inútil e falsa é vida fácil? (...) Um tipo como Peter acha difícil manter-se nos próprios pés, porém mais difícil ainda é manter-se como ser consciente e vivo. Se a gente o consegue, é duas vezes mais difícil conservar o rumo através dos mares de problemas e permanecer constante apesar de tudo. Quanto a mim, estou à deriva, há dias que busco um argumento contra a terrível palavra "fácil", um argumento que acerte as coisas de uma vez por todas.

(O Diário de Anne Frank)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Anne Frank

Há um ditado que diz: "O tempo cura todas as feridas." Foi o que aconteceu comigo. Achei que havia esquecido Peter e que já não gostava mais dele, nem um pouquinho. No entanto, sua lembrança ficou tão profundamente gravada no meu subconsciente, que por vezes cheguei a admitir que tinha ciúmes das outras e por isso é que já não mais o queria. Esta manhã percebi que nada mudou. Ao contrário, ao me tornar mais adulta, meu amor cresceu comigo.
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(O Diário de Anne Frank)

Nudez

Houve um tempo em que eu despejava toda a minha vida em palavras. Depois veio uma certa discrição, não é bom se expor a ponto de mostrar indiscriminadamente o verdadeiro "eu". Isso fragiliza, torna qualquer um vulnerável.
Ao se revelarem as pessoas ficam sem defesas, nuas. Já mostrei demais minha nudez.

domingo, 3 de abril de 2011

Ser ou não ser?

Às vezes me pergunto que tipo de pessoa tem medo da felicidade. E imediatamente respondo: eu. Quer dizer, o medo não é o de ser feliz para sempre e sim de não o ser.

Quem conhece a felicidade não se conforma com sua ausência.

terça-feira, 29 de março de 2011

?

Gostaria de poder escrever com maior frequência. Mais: gostaria de não ser tão crítica, não só com aquilo que escrevo, mas comigo mesma em geral.
A minha vontade é de desativar esse blog e recomeçar um outro, novo em folha, só com coisas novas e preferencialmente boas - que refletem meu atual momento. É o que penso em fazer. Por outro lado, tenho muito da minha história registrado aqui. Sei que nosso passado é responsável por nossa formação e venho tentando encará-lo dessa forma. Mas que incomoda, incomoda.

Melancia

Mas eu não ganharia nada em sentir ciúmes. E o pior é que o ciúme era causado por mim mesma. Era minha própria imaginação que me provocava a dor. Era o equivalente emocional a eu pegar uma navalha e dar um grande corte em meu braço, em meu estômago ou em minha perna. Ciúme era automutilação. Tão doloroso e inútil quanto.
E eu sentia a dor não porque algo acontecera comigo, mas porque deixara de acontecer. Por que algo que acontecia entre duas outras pessoas e não me envolvia me feria tanto?
Ora, que droga, eu não sabia. Só sabia que feria.

(Melancia, Marian Keyes)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sentenças

Adjetivaram-na de previsível. Talvez o fosse por uma razão: não se sentia à vontade para se permitir ser o que era. Suas ações acompanhavam a linha do esperado, pois não poderia se submeter ao julgamento alheio – seria ultrajante, afinal.

Sua consciência não lhe evidenciava o fato de que, independente do que pudesse ser ou fazer, sofreria as sanções dos julgamentos alheios. Compreender é ato digno dos fortes de espírito, ao passo que formular juízos é ato de menor complexidade, digno dos menos favorecidos.

Seguia assim. Eis que num dado momento, teve a epifania: não constituiria uma vida de leveza se tivesse em tão bom conceito a opinião de terceiros desimportantes.

Enfim, tempos de liberdade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A leveza e o peso

Aquilo que o "eu" tem de único se esconde exatamente naquilo que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar aquilo que é idêntico em todos os seres humanos, aquilo que lhes é comum. O "eu" individual é aquilo que se distingue do geral, portanto aquilo que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, aquilo que precisa ser desvelado, descoberto e conquistado do outro.

(A insustentável leveza do ser, Milan Kundera)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Renovação

Para 2011 separei algumas metas.

Uma delas é atingir o sucesso profissional, a base de todo o restante. Sei que posso, sei que consigo. E sei que esse ano será apenas o princípio de uma nova fase.

Outra é ajudar o próximo da forma que me for conveniente – um trabalho voluntário, uma palavra amiga, um sorriso que seja.

Há ainda uma meta que quero manter para o resto dos meus dias: alcançar a paz de espírito. Só somos felizes quando temos paz. E só tem paz quem não se desespera, quem leva a vida com leveza. É o que quero. Aprender a não julgar os outros e respeitar liberdades de escolha - é fácil apontar o dedo e crucificar alguém, mas não é fácil estar na pele das pessoas. Aprender a olhar para frente com serenidade e boas expectativas. Aprender que não são necessários muitos amigos, apenas os verdadeiros. E aprender, principalmente, a não dar valor pra nada que queira me derrubar. É a força interior de cada um que determina sua virtude.

Um ótimo 2011 a todos.