A sensação é de vazio, de eco, um eco muito grande que preenche cada poro, cada vão escondido dentro de mim. Tenho medo, não sei o que me espera. Tenho medo. Nunca quis criar expectativas, nunca quis estar nas mãos de ninguém, nunca quis me frustrar, eu só queria ser feliz, só queria um daqueles momentos de comercial de margarina, pelo menos por um dia. Mas falta. Falta algo que eu nem sei o quê. Uma prece, uma mão, um consolo, talvez fé. Deus, Alá, Krishna, Buda, Jeová, orixás, nem sei mais, você sabe? Sabe onde encontrar a receita da felicidade? Não, dizem, ela não está nas doses de whisky e nem nas risadas falsas dos figurantes do bar, não está nos seus amigos e nem em Deus, a felicidade está dentro de você mesmo. Mas como encontrar se agora só sobraram ruínas? Como encontrar, se agora só sobraram palavras chulas incapazes de expressar toda dor cortante, pungente? Alguém pode trazer felicidade a você? – é o que me pergunto nos últimos dias quando acordo junto ao meu abajur aceso e ao escapulário preso à cabeceira da cama, ali estão um Deus e uma Virgem a olhar por mim. Olho para os lados, apenas roupas pelo chão, silêncio e vazio. Me pergunto se um dia vai mudar, se vou acordar num mundo diferente, como Alice no País das Maravilhas. Acendo um cigarro e abro a janela: continua, sem pressa, vai que um dia desses me encontro por aí.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Um dia acho
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3 comentários:
Daria tudo para estar ao seu lado agora para preencher este vazio. Tenho certeza que isso iria ajudar a preencher o meu vazio.
Nao paro de pensar em vc. Nao paro de te querer. Nao deixo de te amar.
Não procuro mais a felicidade. Procuro diversão. É mais efêmero, mas é mais fácil encontrar. Às vezes, ela está numa garrafa de uísque.
- eu preciso de algo concreto.
- eu não posso te dar isso. ninguém pode.
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