Na sociedade contemporânea do nosso eclético país estão abrigados incontáveis “estilos musicais”. Algumas pessoas são simpatizantes do funk carioca, com suas letras brilhantes, tais como “Biro Layby ta chegando ‘pras’ gatinha abusada, cria asa periquita, treme treme a tabaca... sacode carola é nóis!” (nossa, quanta poesia!). Outras pessoas identificam-se mais com as melodias do excêntrico Latino (sinceramente, não sei nem como qualificar tal “estilo musical”): “Que tesão, nossa; que malão, que melão, que capusão, é tudo ‘ão’...”. Há ainda aqueles que admiram toda a intelectualidade do axé pátrio, com suas batidas contagiantes: “No chão, no chão, no chão, no chão, (durante mais umas 25 vezes ‘no chão’) ôôô mostraí seu pacotão”!
Não quero aqui insinuar que algum estilo seja superior ao outro, afinal, tenho total respeito pelas diferenças alheias, apesar de já ter a minha própria opinião formada acerca do assunto. No entanto, levanto uma questão que deve ser pensada: “Por quê as pessoas deixaram de dar importância ao conteúdo das letras?”.
Tal fato, na verdade, acompanhou toda a evolução da sociedade, desde os seus primórdios. Mas para não irmos tão aquém, basta lembrarmos que há apenas algumas décadas, alguns de nossos ascendentes regozijavam-se ao som de extremo mau gosto de “Freak Le Bum Bum” e “Conga La Conga”, de um ser que atende pelo nome de Gretchen.
É interessante como por diversas vezes já me peguei cantando algumas letras absurdas, sem nenhum nexo ou de cunho totalmente sexual, afinal, essas músicas impregnam na cabeça das pessoas durante horas e fazem com que cantarolemos seus refrões pavorosos sem que sequer percebamos. E agora, parando pra analisar essas letras, foi que me dei conta de que não é isso que eu quero que meus filhos ouçam.
Definitivamente não!
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